1001 histórias da nossa vida

Gostaria de lançar aqui uma nova ideia:

Partilhar histórias, episódios da nossa vida...felizes, tristes, caricatos, inacreditáveis.

Pessoas, animais, coisas inesquecíveis que passaram pela nossa vida

Bem...

Eu vou regredir cerca de 15 anos na minha vida...

Vou contar a história da Estrelinha, uma cadela rafeira, preta e branca, de porte médio.

A Estrelinha apareceu no meu bairro, provavelmente abandonada, mas encontrou rapidamente um grupo de rapazes com quem andar. A rapaziada levava-a para a escola, ensinou-a a olhar e atravessar nas passadeiras e até a respeitar os semáforos.
A minha avó teve pena dela, pois ninguém a podia levar para casa ao final do dia. Punha-lhe comer e água na rua, mas quando o inverno chegou, aconteceu o inevitável: a Estrelinha veio morar connosco!

Ela era uma cadela extremamente esperta, ia à rua sozinha, passeava o tempo que queria, deitava-se nos passeios ao sol, e quando queria voltar para casa, metia a patinha na porta do prédio e subia as escadas...arranhava a nossa porta, que acabou por ficar uma desgraça, e vinha para casa.

Quando eu ia para a escola e ela ainda estava na rua, era inevitável ser seguida por ela, que acabou por se tornar uma presença assídua nas aulas de música e em algumas outras em que os professores a deixavam entrar.
Acabou por ganhar a amizade até dos professores que brincavam e diziam que ela era a mais sossegada e atenta da turma.

Chegava a passar uma manhã inteira comigo na escola, brincava com os meus amigos, separava brigas e depois, quando tinha fome, lá saia sozinha e ia para casa.

A Estrelinha ficou connosco muitos anos, mudou de casa connosco e acabou os seus dias ainda connosco velhota e feliz.

Wow
bela história...
Arranjaste substituta ou ficaste por ai ?

linda história mesmo

Já tive mais depois da Estrelinha, mas gostava que entretanto alguém contasse uma história para eu continuar

bem eu vou contar um episódio giro que se passou comigo á cerca de 16 anos andava eu em Alverca a tirar o meu curso. Ia todos os dias de comboio com o meu irmão, apanhavamo-lo noentroncamento, e para ir para a estação tinha de ir pela ponte dos peões e as escadas antigamente eram de cimento com umas faixas de ferro, nessa noite tinha sonhado que o meu irmão tinha caido nas escadas..... quando iamos começar a descer as escadas eu lembrei-me e disse:"Cuidado que esta noite sonhei que tu ...." não tive tempo de dizer mais nada não é que ele caiu mesmo pelas escadas abaixo .... eu em vez de o ajudar só me ria pela coincidência. Mas coitado ainda por cima estava a chover, além de ficar com as calças molhadas as descoseu. Como não tinha tempo para voltar a tras e ir a casa foi assim para Alverca, e ainda por cima teve de coser as calças de ganga azul com linhas de ponto cruz vermelhas que eu tinha na bolsa ( pois do entroncamento para alverca num comboio a parar em todas as estações é cá uma seca).... loool ... foi uma situação que ainda nos faz rir aos dois depois destes anos todos

Grande história qiu!!!
O que eu me ri com isto!!! :biglol:

Com que então andaram cá em Alverca?? Este mundo é mesmo um ovo!

Eu às vezes também tenho desses sonhos promonitórios e são tramados.

No outro dia chegámos à bomba, o meu marido deixou o carro ligado a aquecer e eu disse: olha, esta noite sonhei que nos roubaram o carro e eu acordei a chorar e tudo.
E ele disse logo: então é melhor ires lá tirar a chave...

:fixe:

Gasosa escreveu:Grande história qiu!!!
O que eu me ri com isto!!! :biglol:

Com que então andaram cá em Alverca?? Este mundo é mesmo um ovo!

Eu às vezes também tenho desses sonhos promonitórios e são tramados.

No outro dia chegámos à bomba, o meu marido deixou o carro ligado a aquecer e eu disse: olha, esta noite sonhei que nos roubaram o carro e eu acordei a chorar e tudo.
E ele disse logo: então é melhor ires lá tirar a chave...

:fixe:

LOLOL
só rir

É pena ainda não estar mais gente a participar...acho que todos temos histórias interessantes para partilhar

Gasosa escreveu:É pena ainda não estar mais gente a participar...acho que todos temos histórias interessantes para partilhar

Isto tem mt malta, mas muitos são discretos quanto a sua vida privada... tens q ter noção disso.

Gasosa escreveu:Grande história qiu!!!
O que eu me ri com isto!!! :biglol:

Com que então andaram cá em Alverca?? Este mundo é mesmo um ovo!

Eu às vezes também tenho desses sonhos promonitórios e são tramados.

No outro dia chegámos à bomba, o meu marido deixou o carro ligado a aquecer e eu disse: olha, esta noite sonhei que nos roubaram o carro e eu acordei a chorar e tudo.
E ele disse logo: então é melhor ires lá tirar a chave...

:fixe:

sim andei ai um ano a tirar o curso

eu também sonhei que me tinham roubado o carro mas quando acordei fui ver e tinham roubado mesmo e ainda por cima no dia das mentiras ... mas um dia depois apareceu mas estas coisas dos sonhos tem muito que se lhes diga

Ah sim, claro que compreendo!!!

Mas com certeza haverá sempre 1 ou outro episódio engraçado para contar, que até nem revele muito da sua privacidade.

Vamos esperar, pode ser que alguém se atreva

Caramba qiu...cuidado contigo! :lol!:

Gasosa escreveu:Caramba qiu...cuidado contigo! :lol!:

não posso é sonhar

Eu dou 1 pequena história...

Faz 7 anos e pouco tive 1 lesão grave no ginasio e tive q ficar 3 meses em casa...
Como não consegui ficar quieto, inventei a rede 1001... O fórum só veio depois passado uns anos, depois dos blogs


Ou seja, depois de 1 grande tristeza ( 3 anos c dores todo o santo dia) tive esta enorme alegria... VOCÊS

Até fico comovido, fonix.. Depois da tempestade, vem sempre a bonança!

Tás a ver???
Queres melhor história do que essa???

É verdade que às vezes há males que vêm por bem.

Se não tivesses passado esse mau bocado e estivesses parado, não tinhas tido necessidade nem tempo para inventares isto...

E agora?? O que seria das nossas vidas sem o 1001???

Gasosa escreveu:Tás a ver???
Queres melhor história do que essa???

É verdade que às vezes há males que vêm por bem.

Se não tivesses passado esse mau bocado e estivesses parado, não tinhas tido necessidade nem tempo para inventares isto...

E agora?? O que seria das nossas vidas sem o 1001???

Eu falo por mim, bem mais vazia

Além dos prémios $ etc... Vejo a partilha aqui que não vejo em lado nenhum e isso faz me acreditar que sim, existe 1 mundo bom e 1 lado bom onde todos podemos sair vencedores

Sabes bem o que tens, já falámos sobre isto muitas vezes, há boas e más pessoas em todo o lado, mas o que temos aqui, não se tem em mais lado nenhum

A historia que eu partilho é simples,
ontem fui ajudar uma senhora a atravessar a rua por estar meia debilitada...
Fico triste por ter levado buzinadelas para andar mais depressa.
Não compreendo! BAH

Infelizmente há pessoas sem qualquer bondade, caridade ou civismo.

O melhor é ignorar mesmo e confiares nas tuas boas acções. Costuma-se dizer que as boas acções ficam para quem as pratica, e é verdade.

Estarmos bem connosco mesmos é o mais importante

Gasosa escreveu:Tás a ver???
Queres melhor história do que essa???

É verdade que às vezes há males que vêm por bem.

Se não tivesses passado esse mau bocado e estivesses parado, não tinhas tido necessidade nem tempo para inventares isto...

E agora?? O que seria das nossas vidas sem o 1001???

concordo completamente

Hoje vou então contar a história da Nina e do Ricky.

O Ricky era um Norfolk Terrier preto, de porte pequeno, e a Nina uma adorável rafeira, castanha, parecia uma raposinha.

Ambos apareceram, na companhia de mais alguns outros cães, no meu bairro. Andava sempre o grupo todo...a Nina, mais o Ricky, e mais 2 ou 3 cães sempre atrás dela. Deu para perceber que ela deveria de estar no cio, mas o Ricky já tinha garantido a sua descendência e ficou de guarda para que mais ninguém fizesse marotices com a sua amada.

Para variar, a minha avó teve pena deles e começou a dar-lhes de comer, debaixo de uma escola pré-fabricada, mesmo ao lado da nossa casa. Entretanto, os outros cães aperceberam-se que já não havia nada a fazer, deixando Nina e Ricky sozinhos.

Em pouco tempo, Nina deu à luz 3 crias lindas.
Resultado: levámos a família toda lá para casa!

Quando as crias já não dependiam da mãe para comer, conseguimos dá-las a pessoas de confiança e com referências, mas agora já não havia nada a fazer...estávamos desesperadamente apaixonados pelo casal sensação...e ficaram connosco.

Passados alguns anos, a minha mãe decidiu levá-los com ela, pois tinha quintal, e lá viveram alguns anos, muito felizes.

Nina sempre foi uma menina meiga e sossegada, mas o Ricky nunca se conformou com aquela vida caseira e fugia muitas vezes por debaixo da vedação. Apesar de todos os esforços, ele conseguia sempre encontrar um buraco. Ia passear, mas voltava sempre para o conforto do lar.

Há coisa de 9 anos atrás, nas primeiras chuvadas de Setembro, o Ricky fugiu pela última vez, deixando uma saudade e uma cicatriz que nunca irá deixar de doer.
Sei que estou a ser egoísta, mas quando morrem, apesar da dor, há um encerramento da história, que a fuga de Ricky não permitiu que acontecesse.
Ainda hoje penso nele, ainda hoje choro quando vejo um cão parecido na rua, ou em fotos no FB.

Por outro lado, a Nina continua connosco até hoje. Muito velhota, coitadinha.
A sua pelagem castanha e brilhante, deu lugar a um manto quase todo branco.
Há algum tempo foi-lhe diagnosticada Leishmaniose, e entre a medicação diária e a eutanásia, a minha mãe escolheu prolongar-lhe a vida, enquanto esta valesse a pena.

O final desta história não vai ser feliz, ela coitadinha já não estará muito mais tempo entre nós, mas embora doa quando partir, ficaremos em paz por saber que tudo fizemos para que ela tivesse a melhor vida possível e que pelo menos foi feliz

mais uma vez uma historia linda que vos mancam a vós que convivem com eles como a nós ao ler

Obrigado linda, amanhã há mais

Bom, antes demais parabéns á Gasosa pela ideia do tópico.. não imaginas as coisas que relembrei com isto.


A muitos, muitos anos, conheci um rapaz, era primo de um rapaz que a minha prima gostava e queria namorar, então ela para poder estar com ele dizia que ia sair comigo e iamos sair com eles.
Um tempo depois, numa ida até a praia falavamos sobre passado, e descobrimos, eu e ele, que já nos tinhamos conhecido, uns anos antes quando eram pequenos e tinhamos estado juntos numa mesma colónia de férias... gostavamos um pouco um do outro e essa lembrança criou uma ligaçao mais forte entre nos.
Esse dia que passamos na praia foi único, existe muita coisa na minha vida que eu esqueço facilmente mesmo não querendo, mas acho que talvez por algo maior, recordo imenso esse dia... os abraços, os risos, as brincadeiras... detalhes... muitos detalhes, lembro-me perfeitamente do momento em que estavamos numa zona muito conhecida de matosinhos, junto ao castelo, ele apenas de toalha a cintura, cabelo a tigela todo encharcado e estava um por do sol lindo, quente, daqueles que aquece-nos em todos os sentidos, e demos um abraço que não apetecia que terminasse nunca.
Depois desse dia, lembro-me de voltar a estar com ele num festival motar, ele pediu-me para ir com ele atrás das piscinas e pediu-me um beijo... apesar de ter muita vontade de o beijar isso nunca aconteceu por alguns motivos, mas lembro-me que ficamos abraçamos acho que quase uma hora, lembro-me que foi muito tempo, só mesmo quando nos chamaram a dizer que tinhamos que ir embora nos largamos.
Estive muito tempo sem o ver.
A última vez que o vi foi destino, eu saía do autocarro e ele ia entrar.... estava igual, um sorriso lindo, o mesmo cabelo a tigelinha, atiramos um beijo ao ar e vi-o ir embora.
Durante muito tempo não o vi, e um dia estava a ver um caderninho onde eu tinha apontado muitos numeros de telemovel, e entre eles vi o nome dele... pensei em enviar-lhe uma mensagem, dizer lhe que tava com saudades que nos deviamos ver, mas como tanta coisa demais deixei para depois.
poucos dias depois recebi uma chamada, pediram-me para ficar sentada e calma, e aos poucos do outro lado do telemovel dizem-me que tinha acontecido uma coisa grave, foi uma confusão, não sabiam ao certo o que tinha acontecido, como tinha sido, onde, no fim apenas ouvi que ele tinha morrido.
Eu estava a sair de um carro para tomar cafe com umas amigas e lembro-me que elas andavam a minha volta porque eu tinha largado o telemovel e so chorava, chorava porque nao acreditava, chorava porque nao queria, chorava porque tinha deixado tanto por dizer.
Nao fui ao funeral, só mais de um ano depois tive coragem e fui a campa dele, mesmo ali não parecia verdade, mesmo vendo o nome dele, mesmo vendo a foto dele, deixei uma vela e um papel onde dizia o quanto gostava dele, o quanto queria ter tido tempo para nós os dois. passaram-se anos e sempre que falo ou escrevo sobre ele choro, pareço uma maria madalena mas só assim consigo aliviar o que sinto quando penso nele. Ele foi e ainda é hoje uma presença constante no meu pensamento e uma marca a ferro na minha vida e as vezes ainda acho que é ele que vejo em certos rostos.